"Um café com..." Joana Santos, Directora de E-commerce da GL SA
Empack e Logistics & Automation Porto: Fale-nos de si e do seu percurso na GL SA. Como é o dia-a-dia da Directora de E-commerce nesta empresa?
Joana Santos – Estou na GLSA há 4 anos, onde estive até recentemente no Departamento Comercial com a função de Export Manager para o mercado Europeu. Assumi recentemente a Direção de Marketing e E-Commerce, onde tenho procurado integrar as tendências de mercado nas prioridades estratégicas da empresa. O e-commerce é uma das tendências atuais com mais força nas mais variadas categorias, também fruto do período de pandemia e confinamento que forçou os consumidores a profundas mudanças nos hábitos de consumo.
A minha rotina está muito relacionada com a definição de campanhas na loja, lançamento de produtos e respetiva comunicação, e análise de performance. A atratividade da loja e facilidade do processo de compra, disponibilizando informação relevante sobre os produtos é fundamental na minha função. Diariamente analiso os principais indicadores da loja, como as visitas, recompra, valor médio de encomenda, para rapidamente planear e implementar ações que nos permitam alcançar os resultados pretendidos.
Em equipa, faço o planeamento das campanhas e newsletters gerais e segmentadas, e defino as campanhas que vamos publicitar. Estes conteúdos são muito relevantes para o tráfego na loja, daí serem tão importantes.
E.L.Porto: Na sua opinião, quais são os elementos essenciais para começar um e-commerce vinculado a um comércio físico?
Joana Santos – No caso de uma empresa que já disponibiliza dos seus produtos fisicamente, o canal online pode e deve ser um ponto de contacto privilegiado com os consumidores.
A possibilidade de comunicação e de lançamento de campanhas personalizadas e exclusivas é, do meu ponto de vista, uma das grandes vantagens do e-commerce, assim como a flexibilidade da compra e experiência do consumidor simplificada. Uma loja online deve destacar os produtos mais relevantes para cada cliente, deve estar em constante atualização consoante as tendências, época do ano e necessidade dos consumidores. Com isto quero dizer que para o sucesso de uma loja online, é essencial a agilidade da oferta e comunicação próxima com os consumidores. Estes são, para mim, os pontos distintivos mais fortes do e-commerce em relação ao comércio físico.
Adicionalmente, não podemos esquecer a facilidade da compra até à entrega da encomenda, que é fundamental para uma experiência do consumidor positiva. O e-commerce é também muito relevante para as marcas trabalharem a sua comunidade, sendo um canal privilegiado de comunicação com os seus fãs e consumidores. Este espaço em nada tem a ver com o espaço físico de uma grande superfície, onde as marcas competem entre si pela atenção dos consumidores, lado a lado, e com a possibilidade de comunicação bastante limitada, pelas características de uma prateleira de supermercado.
E.L.Porto: Como competem com as grandes empresas do mercado na venda online?
Joana Santos – Sendo a GLSA uma empresa familiar portuguesa, mas com negócio internacional e com marcas com um ADN muito marcado pela inovação, faz parte da nossa estratégia procurar constantemente alternativas ao status quo, desafiando-nos no dia a dia. Isto estende-se obviamente ao e-commerce. Aqui, a grande vantagem competitiva da GL em relação às outras empresas é o facto de disponibilizarmos toda a nossa gama de produtos frescos e saudáveis, prontos a consumir, com frequentes campanhas de lançamento, promoções, oferta de outros produtos, oferta de brindes que promovam um estilo de vida saudável, entre outros. Apostamos no dinamismo da nossa loja online.
Brevemente, vamos ter novos conteúdos editoriais na loja, com o intuito de ajudar os nossos consumidores a melhorar o seu estilo de vida, quer seja com sugestões de receitas, propostas de momentos de consumo de produtos frescos e naturais, como os nossos, ou dicas para um futuro mais sustentável.
E.L.Porto: Por último, de que forma, desde o seu ponto de vista e experiência, vê a evolução e o futuro próximo do setor de e-commerce, após pandemia?
Joana Santos – É sabido que a explosão do e-commerce durante a pandemia está a desacelerar com o progressivo desconfinamento e regresso aos anteriores hábitos e rotinas dos consumidores. Contudo, o peso do e-commerce nas vendas globais será muito superior ao que era antes da pandemia. Acredito, por isso, que este canal será cada vez mais relevante para as empresas de comercialização de bens e serviços, dado que os consumidores privilegiam cada vez mais a facilidade e praticidade de compra, sem terem que pensar muito nas suas decisões ou perder muito tempo.
O e-commerce vem responder a esta necessidade. Num mundo cada vez mais acelerado e com mais estímulos, a possibilidade de comprar o quer que seja onde quer que se esteja, passa a ser algo essencial e básico, no sentido em que, qualquer consumidor espera que qualquer marca disponibilize este serviço.
Por isso, vejo o e-commerce como um negócio muito entusiasmante, com muitos caminhos de desenvolvimento e melhoria, nomeadamente na sustentabilidade ambiental, com a redução de lojas físicas, da deslocação das pessoas a essas lojas, e com o desenvolvimento de transporte de mercadorias mais eficiente. Por outro lado, o e-commerce torna as vendas mais acessíveis a pequenas empresas, ao simplificar a estrutura necessária para se estar próximo dos clientes e esta democratização das marcas só traz benefícios para todos.
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