Um café com… Ricardo Costa, CEO do Grupo Bernardo da Costa, presidente da AEMinho e criador do Departamento da Felicidade

Ricardo Costa

Empack e Logistics & Automation Porto: Fale-nos de si e do seu percurso na Bernardo da Costa. Que momentos marcantes destaca?  

Ricardo Costa: Desde que assumi a liderança na Bernardo da Costa em 2011, a minha caminhada tem estado repleta de desafios e conquistas significativas. Enfrentei cada novo desafio com um espírito sonhador, mas sempre com os pés bem assentes na terra, o que me permitiu conduzir a empresa através de momentos marcantes, que não só definiram a nossa história, mas também a forma como nos posicionamos no mercado e na comunidade. 

A assunção do cargo de CEO constituiu um desses momentos. 

Representou um período de grande responsabilidade e aprendizagem, em que cada decisão contou não só para o sucesso imediato da empresa, mas também para o seu futuro. Esta fase ensinou-me a importância de liderar com visão e um profundo compromisso para com as pessoas que fazem parte da nossa equipa. Sem dúvida. 

Uma fase particularmente notável foi a parceria que estabelecemos com a IBD, abrindo caminho para novas oportunidades e desafios num palco global. Sem dúvida, representou um impulso que nos elevou a outro nível de atuação e reconhecimento. 

Em 2017, tomámos a decisão de investir não apenas no sucesso empresarial, mas também no bem-estar da nossa equipa, ao fundar o Departamento da Felicidade. (Aliás, no formalizar) O Departamento da Felicidade marcou o nosso compromisso não só com os resultados financeiros, mas também com a qualidade de vida dos nossos colaboradores. Acreditamos firmemente que uma equipa feliz e motivada constitui a chave para o sucesso – sustentável – , e tem sido fundamental para reforçar a nossa cultura corporativa e o nosso sentido de comunidade. 

No plano pessoal, sempre me vi como uma pessoa voltada para as pessoas. Apaixono-me por viajar, conhecer novas culturas e incorporar as lições aprendidas nessas experiências na minha liderança. Essa paixão ajudou-me a desenvolver uma liderança mais inclusiva e aberta, valorizando a diversidade e promovendo um ambiente de trabalho onde todos se sentem valorizados e inspirados a dar o seu melhor. 

Em resumo, a minha trajetória na Bernardo da Costa tem sido uma viagem de constante aprendizagem e crescimento. É um privilégio liderar uma empresa que não apenas procura o sucesso nos negócios, mas também se empenha em criar um ambiente positivo e motivador para todos. 

 

E e L&A Porto: Como descreveria a sua liderança atual e em que medida é diferente de quando assumiu o cargo em 2011? 

Ricardo Costa: Hoje descrevo a minha liderança como altamente focada nas pessoas, na inovação contínua e na sustentabilidade. Acredito profundamente na valorização das equipas, no desenvolvimento dos seus talentos e na criação de um ambiente de trabalho que promova o bem-estar e a satisfação. Esta abordagem reflete-se na implementação de políticas como a criação do Departamento da Felicidade, o que evidencia o nosso compromisso com a qualidade de vida dos colaboradores. 

Além disso, a minha liderança caracteriza-se pela abertura à mudança e pela procura constante de novas oportunidades de aprendizagem e crescimento, tanto a nível pessoal como organizacional. Estou sempre à procura de novas tendências e tecnologias que possam impulsionar a empresa, mantendo-nos na vanguarda do nosso setor. 

As diferenças em relação a 2011, quando assumi o cargo, o meu foco era mais imediatista, centrado em estabilizar a empresa e promover o crescimento económico. Embora esses objetivos continuem relevantes, a minha perspetiva alargou-se para incluir o impacto a longo prazo das nossas ações, tanto internamente na cultura da empresa, como externamente na comunidade e no ambiente. 

Inicialmente, a minha abordagem era mais conservadora, refletindo a necessidade de tomar decisões seguras num período de incertezas econômicas. Com o tempo, tornei-me mais aberto a riscos calculados, o que permitiu à empresa explorar novos mercados e inovações. Esta mudança foi essencial para a nossa expansão e sucesso subsequente. 

A inclusão e a diversidade são outros aspetos em que a minha liderança evoluiu significativamente. Hoje, faço questão de promover um ambiente de trabalho onde a diversidade de pensamentos, culturas e experiências é vista como um ativo valioso, contribuindo para a inovação e criatividade na resolução de problemas. 

Em resumo, a minha liderança evoluiu de uma abordagem mais tradicional e focada no curto prazo para uma gestão estratégica, visionária e centrada nas pessoas. Esta transformação não só reflete o meu crescimento pessoal como líder, mas também as mudanças no mundo dos negócios, onde a adaptabilidade, a inovação e o compromisso social se tornaram indispensáveis para o sucesso sustentável. 

 

E e L&A Porto: Como e quando surgiu a ideia de criar um Departamento da Felicidade? 

Ricardo Costa: A ideia de criar um Departamento da Felicidade em Portugal na nossa empresa surgiu como uma formalização e expansão de uma cultura que já vivíamos no quotidiano da empresa. Esta iniciativa não emergiu do nada; era, na verdade, um reflexo dos valores e práticas que já permeavam o nosso ambiente de trabalho, mas que sentimos a necessidade de estruturar de forma mais concreta e visível. 

Desde sempre, valorizámos a satisfação e o bem-estar dos nossos colaboradores, compreendendo que são o coração da empresa e que o seu contentamento se traduz diretamente na qualidade do seu trabalho e, por consequência, no sucesso da organização. A ideia de criar um departamento dedicado exclusivamente à felicidade surgiu como uma resposta natural a essa compreensão. 

A ideia começou a tomar forma em 2017, num período em que, apesar dos bons resultados empresariais, percebemos que poderíamos fazer ainda mais pelo bem-estar dos nossos colaboradores. Foi um ano de muita reflexão sobre o que realmente importa para a sustentabilidade a longo prazo da empresa e sobre como poderíamos reforçar o nosso compromisso com as pessoas que dela fazem parte. 

Decidimos formalizar esta cultura já existente num Departamento da Felicidade por várias razões. Primeiramente, queríamos enviar uma mensagem clara, tanto internamente quanto externamente, de que o bem-estar dos nossos colaboradores é uma prioridade absoluta, digna de investimento e atenção dedicada. Além disso, ao formalizar esta abordagem, pudemos desenvolver programas, políticas e iniciativas específicas que promovem a felicidade no local de trabalho de forma mais eficaz e mensurável. 

Em última análise, a criação do Departamento da Felicidade não foi uma mudança radical na nossa cultura, mas sim uma evolução natural e um compromisso formalizado com valores que já eram importantes para nós. Foi um passo adiante na afirmação do nosso compromisso com um ambiente de trabalho positivo e uma prova de que a felicidade e o sucesso empresarial andam de mãos dadas. 

 

E e L&A Porto: Como foi a sua experiência na Forbes Portugal? 

Ricardo Costa: A minha experiência com a Forbes Portugal foi, sem dúvida, ótima. No entanto, é importante salientar que, apesar do reconhecimento significativo que uma publicação tão prestigiada traz, este não altera a qualidade do nosso trabalho, a essência da nossa missão, ou a importância do que fazemos.  

O que muda, fundamentalmente, é o nível de reconhecimento que recebemos, algo pelo qual sou profundamente grato. 

Estar na Forbes Portugal proporcionou-nos uma visibilidade sem precedentes, tanto a nível nacional como internacional, e reforçou a imagem da nossa empresa perante o mercado, os parceiros de negócios e potenciais colaboradores. Esta exposição não só destacou os nossos sucessos e inovações, mas também permitiu partilhar a nossa cultura empresarial e os valores que nos orientam. 

No entanto, sempre mantive a perspetiva de que o verdadeiro valor da nossa empresa vem do trabalho árduo, da dedicação e do compromisso da nossa equipa em alcançar a excelência em tudo o que fazemos. A Forbes Portugal ajudou a contar essa história ao mundo, mas a essência dessa história sempre residiu na nossa paixão, na nossa inovação e na nossa determinação em fazer a diferença. 

Este reconhecimento foi, portanto, um momento de orgulho para todos nós, reafirmando a importância do nosso trabalho e o impacto que temos no nosso setor e na comunidade. Foi uma oportunidade para refletir sobre o caminho percorrido e para celebrar as conquistas de toda a equipa, sem esquecer que o nosso foco permanece sempre na jornada à frente, na busca contínua por melhorar e inovar. 

Por isso, sou grato pela experiência com a Forbes Portugal, não apenas pelo reconhecimento que trouxe, mas também pelo impulso que deu à nossa motivação para continuar a superar-nos, mantendo sempre a nossa essência e os nossos valores no centro de tudo o que fazemos. 

 

E e L&A Porto: E, finalmente, no dia 17 de abril, teremos o prazer de o receber no congresso da Empack e Logistics & Automation Porto. Que incentivo lançaria aos profissionais da embalagem e da logística para não perderem a sua apresentação?  

Ricardo Costa: A quem se prepara para assistir à nossa palestra, diria: acima de tudo, preparem-se para um verdadeiro congresso de aprendizagem. Esta experiência vai além da simples aquisição de conhecimento; é uma caminhada de evolução pessoal e profissional, um mergulho profundo na arte da gestão e no entendimento das pessoas. “Aprender não ocupa lugar”, e neste caso, será muito mais do que isso. 

Encarem esta oportunidade como um convite para explorar novas perspetivas, desafiar os vossos limites e expandir o vosso entendimento sobre o que significa liderar, motivar e inspirar.  

Este será um espaço aberto para questionar, refletir e, acima de tudo, crescer. A palestra foi desenhada para ser um ponto de partida para a vossa própria caminhada de desenvolvimento, oferecendo insights valiosos que poderão aplicar tanto na vossa vida profissional quanto pessoal. Portanto, venham com a mente aberta, prontos para aprender, evoluir e, quem sabe, reinventar a maneira como veem o mundo ao vosso redor. 

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