“Um café com…” Rita Rivotti - Owner of Ritta Rivotti
Empack e Logistics & Automation Porto: Fale-nos de si e do seu percurso. Como é que surgiu a criação do seu atelier?
Rita Rivotti –Sempre me imaginei a viver no campo e a fazer algo ligado à agricultura e por essa razão decidi, na altura, tirar uma licenciatura em Engenharia Agrícola na UTAD. Entretanto nunca cheguei a trabalhar directamente nesta área porque quando acabei o curso fui estagiar para o banco BPI em análise de crédito de pequenas e médias empresas do sector agrícola e acabei por ficar lá a trabalhar. Apesar de não ser a minha vocação, acho que foi uma experiência muito interessante. Quando nasceu a minha primeira filha optei sair do Banco para me dedicar a ela a full-time. Depois nasceu a segunda e a terceira e acabei por ficar 7 anos em casa com elas. Quando a mais nova entrou para a escola, um amigo designer, o Paal Myhre, desafiou-me para montar com ele uma agência dedicada exclusivamente ao setor dos vinhos. Achei interessante o desafio e rapidamente percebi que havia muito para fazer nessa área em Portugal. Os vinhos portugueses na altura tinham uma imagem muito fraca e que não transmitia a sua qualidade nem a história da marca. Comecei a estudar o mercado, fiz um mestrado em Marketing e Gestão de Marcas no ISCTE, e tirei também o grau 2 da Wine & Spirit Education Trust, uma das melhores escolas do mundo de formação em vinhos, e iniciei um percurso neste mundo fascinante e, ao mesmo tempo, tão desafiante.
E.L.Porto: Sempre se quis especializar em design e branding de vinhos e espirituosas, ou foi algo que surgiu com os projetos que foi desenvolvendo?
RR – Apesar de ser licenciada em engenharia, desde sempre senti uma grande vocação para as artes. Na altura não fui para Belas Artes por influencia do meu Pai que entendia que as artes eram mais um hobby do que uma profissão e reconheço que aquilo que aprendi na faculdade me enriqueceu bastante. Mas como a vida dá muitas voltas, vim parar a uma profissão onde posso dar largas à minha criatividade e por todos os dias a arte ao serviço do marketing. O que aprendi na faculdade também é muito importante para o meu trabalho porque me permite entender a linguagem dos meus clientes e todo o processo que está por trás de um vinho. Acaba por ser o melhor dos dois mundos.
A altura em que fundámos a agência coincidiu com o grande crescimento do mercado de vinhos em Portugal e, considero que, temos desde então contribuído para elevar a imagem do país e ajudar a contar a nossa história e a espalhar a nossa cultura. Quando criamos uma nova marca vamos muito para além da imagem. Vamos às até às raízes para entender o vinho e criar o conceito de comunicação da marca. O rótulo deve ser uma narrativa visual deste conceito que será depois reforçado no contra-rótulo, no web-site e em todas as peças de comunicação da marca. Atualmente tenho uma agência com o meu nome e uma equipa de designers que trabalha diretamente comigo. Tenho tido a oportunidade de conhecer e trabalhar com produtores de todas as regiões em Portugal e com clientes internacionais, o que tem enriquecido muito o nosso conhecimento.
Portugal tem hoje uma imagem muito boa, percebe-se isso nas feiras internacionais. Orgulho-me de ter acompanhado esta evolução e de ter contribuído em parte para isso.
E.L.Porto: Conte-nos um bocadinho como funciona o processo criativo de cada projeto, desde a criação do conceito à embalagem final? Quais são alguns dos desafios que já encontrou durante este processo?
RR – Cada projecto é uma viagem à origem. Gosto sempre de visitar o local, passear na vinha ou no olival e deixarmo-me inspirar pela paisagem. Conversar com o produtor. Ser confidente das suas ideias, das suas histórias de familia e dos seus sonhos e objectivos. Falar com enólogo e perceber cada pormenor que originou o perfil do vinho; o solo, as castas, a exposição solar, a altitude ou a pisa no lagar. Absorver cada detalhe como um detetive à procura de pistas. O nosso trabalho é depois construir a história de cada marca. Para tal, é preciso talento criativo, perspicácia intelectual e um elevado grau de conhecimento deste apaixonante e complexo mundo. Hoje somos já responsáveis por milhões de garrafas que acompanharam boas conversas entre amigos.
https://grandesescolhas.com/rita-rivotti-a-marca-que-cria-marcas/
E.L.Porto: Por último, com a sua experiência, que conselhos daria aos jovens designers que estão a iniciar a sua carreira?
RR – O meu conselho seria o mesmo tanto para designers como para alguém que está a iniciar a carreira. Passamos muitas horas da nossa vida a trabalhar por isso, é muito importante que o nosso trabalho nos faça feliz. Acho que é saudável ir-mo-nos questionando se aquilo que fazemos é o que gostamos. Se a empresa onde trabalhamos tem os valores alinhamos com os nossos. Se nos sentimos bem entre os colegas e se o ambiente de trabalho nos agrada.
Também é muito importante ser humilde e estar sempre disponível para aprender. Estudar novas matérias e ir investido em formação é fundamental porque não se aprende tudo na faculdade. O mercado procura pessoas criativas, informadas e ativas.
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